Sete Alegrias

"Alegra-Te, Cheia de Graça…"

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Evasão Escolar

A Igreja Católica hoje comemora a festa de Dom Bosco, educador. O seu sistema de ensino, como todos os sistemas pedagógicos cristãos, baseia-se na frase de Cristo “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. É duro dizer isto, mas, na educação brasileira, há muito pouca gente querendo conhecer a verdade.

Um estudo do BID aponta o desinteresse dos jovens como a causa da alta evasão escolar brasileira. Segundo o banco, isto sugere “uma possível deficiência na qualidade da educação e na grade curricular para os jovens”. O fenômeno não pode ser analisado isoladamente, já que faz de toda uma mentalidade do povo brasileiro.

O sistema escolar brasileiro está, há décadas, infestado pelo marxismo (ou comunismo, socialismo, fascismo, escolha o nome da sua preferência, é tudo essencialmente igual). O problema é que, para Marx, não existe este negócio de “verdade”. O fundamento do marxismo é a negação da existência do absoluto. Desta forma, o ensino marxista não busca a realidade, a verdade das coisas; busca o aparelhamento ideológico.

Por outro lado, Nosso Senhor Jesus Cristo disse “Seja o seu sim, sim; não, não”. Marxismo e cristianismo opõem-se; um nega a verdade, o outro a busca. Os jovens brasileiros percebem, então, que irão à escola não para ouvir verdades, mas mentiras. Irão a um tipo de aula-trote. Por isso, fogem da sala de aula como o diabo da cruz.

Ao analisar a sociedade brasileira, é fácil perceber que o brasileiro típico, hoje, busca vencer na vida a qualquer custo, ganhar dinheiro. O resto não interessa. Educação, conhecimento, verdade, tudo isso não passa de instrumento para se dar bem. Quem vê a possibilidade de pegar o canudo para subir na vida, persiste; quem não vê, desiste. Mas todos seguem a “lei de Gérson”, o culto à esperteza. Olavo de Carvalho define inteligência como a capacidade de apreender a verdade. A esperteza, digo eu, pode ser definida como a capacidade de deixar os outros para trás, passar-lhes a perna. Aquela é dom divino; esta, influência maligna. Uma busca o bem comum acima de tudo, acima até do interesse pessoal; a outra, busca o interesse pessoal acima de tudo – é a lei do cão, o vale-tudo, a lei da selva. A rasteira e a facada nas costas se tornaram o pão nosso de cada dia.

O ponto de inflexão no comportamento do brasileiro ocorreu na década de 1960, época repleta de barbaridades. O concílio Vaticano II foi pautado pelo maldito pacto de Metz. A terceira parte do segredo de Fátima devia ter sido revelada por volta de 1960, a pedido da Virgem. Não foi. Maria, em 13 de julho de 1917 havia comprado a briga com o comunismo (“A Rússia irá espalhar os seus erros pelo mundo”); ela previra o infame acordo entre bispos católicos e o Kremlin. Antevira também o nascimento da Teologia da Libertação, concebida por Khrushchev em 1959. No Brasil, o golpe militar tirou momentaneamente os comunistas de cena, para, no passo imediatamente posterior, entregar-lhes as universidades e a mídia de massa. Em 1968, Marcuse insuflava a juventude em Paris. Mas, acima de todas estas porcarias, chegava às mãos das mulheres a pílula anticoncepcional. Com este novo fruto da árvore da ciência do bem e do mal, o demônio seduziu a Eva moderna. Se é para escolher um marco, um símbolo, um acontecimento do nosso tempo de dificuldades, eu elejo a pílula. Ela atingiu a mais forte das paixões humanas, a paixão sexual.

Face a ataques tão violentos, a civilização ocidental bambeou. O nosso país sofreu mais do que os outros, por diversos motivos. A frase evangélica “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” define exatamente o oposto do que quer o brasileiro típico de hoje. Não quer saber nem da verdade nem da liberdade dela advinda; muito menos, quer saber do Autor da frase.

Se o BID está realmente interessado na educação brasileira, de nada adianta alocar recursos em melhorias salariais, prédios ou instrumentos pedagógicos. É uma estratégia contraproducente. O correto é prestigiar quem está realmente interessado em ensinar a juventude e tem capacidade para fazê-lo.

Olavo de Carvalho, por exemplo.

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O Concílio Amordaçado

O Concílio Vaticano II começou no dia 11 de outubro de 1962. Foi um Concílio amordaçado; amordaçado pelo maldito pacto de Metz, acordo pelo qual o Concílio silenciaria sobre o comunismo em troca da participação de alguns observadores da Igreja Ortodoxa Russa em nome do “ecumenismo”.

As consequências deste silêncio são sentidas por nós até hoje: na América Latina, sob o véu deste silêncio cúmplice, a Teologia da Libertação nasceu, lançou profundas raízes e vai muito bem, obrigado.

O que resta ao católico brasileiro, a mim, a você, cara leitora, caro leitor, pessoas de bem, pessoas simples e sem poder, interessadas no bem comum, inquietas pela pasmaceira que tomou conta da Igreja no Brasil frente ao mal causado aos nossos irmãos indefesos? O que fazer para expulsar da Igreja estes ateus disfarçados de padres?

O de sempre, o mesmo norte que orientou os santos: orar e se sacrificar, estudar e… agir!

Orar e fazer penitência são ensinamentos tirados da própria vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. E repetidos inúmeras vezes por Maria em suas aparições.

Estudar é necessário para não agirmos loucamente e trabalharmos inocentemente para o inimigo. Temos que ter a plena consciência da nossa atuação histórica. Caso contrário, seremos mais alguns inocentes úteis, que faziam a alegria de Lênin. O Catecismo está aí, os ensinamentos de Olavo de Carvalho estão aí, estão aí os combativos padres Paulo Ricardo e Lódi, não falta material de estudo.

E… agir!

Mas quem sou eu, sem dinheiro, sem influência, lutando para pagar as contas, no país do juros mais altos do mundo, da tarifa telefônica mais alta do mundo, da maior carga tributária do mundo, da maior taxa de criminalidade do mundo?

Deus não nos pede impossíveis. Só nos pede para fazermos o que pudermos dentro das nossas possibilidades. Não pense em mudar o mundo, este pensamento é totalitário. Pense em mudar, em primeiro lugar, a você mesmo e em segundo lugar em atuar no seu círculo de relacionamentos.

Veja, por exemplo, a atitude do meu amigo Zé. Ao ouvir um padre numa homilía tecer elogios ao abortista e criptocomunista Barack Hussein Obama, Zé não teve dúvidas: interpelou o sacerdote na sacristia. O padre, ante a resoluta catadura do meu amigo, balbuciou uma desculpa e se mandou, para nunca mais ser visto por lá.

Este padre já prestou contas a Deus. Tenho certeza que, na sua batalha final, valeu mais a dura reprimenda de Zé do que os silêncios cúmplices e covardes de tanta gente que o ouviu e calou por comodismo.

Vamos seguir o exemplo do meu amigo. Vamos agir para livrar a nossa Igreja destes invasores. Ela é nossa, pertence aos homens e mulheres de bem.

– Santa Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!

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“Eu testemunhei o nascimento do terrorismo anti-americano”

O emblemático ataque de 11 de setembro foi o ápice do terrorismo islâmico, “concebido 48 anos atrás em Lubianka, quartel-general da KGB, e tem sido levado a cabo por fascistas islâmicos armados com granadas soviéticas propelidas a foguete, Kalashnikovs e coquetéis Molotov”.

As palavras acima são do general Ion Mihai Pacepa, oficial de mais alta patente que desertou do bloco comunista, em artigo recente. Pacepa acrescentou:

“Infelizmente, eu testemunhei o nascimento do terrorismo anti-americano. Anos atrás ouvia o general Aleksandr Sakharovsky, chefe da espionagem estrangeira da União Soviética, pontificar que a nossa maior arma contra o nosso “principal inimigo” (os EUA) deveria ser, a partir de então, o terrorismo, pois as armas nucleares haviam tornado obsoleta a força militar convencional. Em 1969, Sakharovsky tranformou o sequestro de aviões – a arma escolhida para  o 11 de setembro – em terrorismo internacional.”

O terrorismo se junta, assim, à longa lista de barbaridades perpretadas pelo comunismo russo: genocídio, divórcio, aborto, pedofilia na Igreja, tráfico de drogas, sex lib, degradação da mulher, dissolução da família… Foi responsável também pelo maldito pacto de Metz, a mordaça colocada no Concílio Vaticano II para silenciá-lo sobre o comunismo.

Nada disto surpreende a quem estuda os acontecimentos de Fátima, pois Nossa Senhora desceu do céu e, ante uma multidão de 70 mil pessoas, fez o maior milagre de todos os tempos – a dança do sol – para avisar: cuidado com a Rússia!

No dia 13 de julho de 1917, Maria disse “A Rússia vai espalhar os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições: os bons serão martirizados (…)” Talvez pensasse nas incontáveis vítimas da ideologia de ódio comunista…

… talvez pensasse nas 2 977 vítimas de 11 de setembro de 2001.

O Pacto de Metz

Já antes do falecimento do ferrenho anticomunista Pio XII, ocorrido em 1958, Khrushchev procurava o apoio da Europa Ocidental e da Igreja por meio da sua política de “coexistência pacífica”, pois estava preocupado com o avanço da agressiva China vermelha. A sua intenção era dominar as Américas e precisava enfraquecer o duro discurso de Pio XII substituindo-o pelo famoso diálogo entre cristãos e marxistas.

Assim, enviados secretos soviéticos, a partir de 1957, mantiveram contatos cordiais com Siri, cardeal de Gênova, para verificar a possibilidade de estabelecer relações com a Santa Sé. Siri nada tentou com Pio XII, pois sabia ser inútil. Mas, em 1962, recomendou a João XXIII aceitar a boa vontade dos comunistas.

Por outro lado, João XXIII queria que todas as igrejas cristãs participassem do Concílio Vaticano II, cujo início se daria em outubro de 1962. Os titulares do Patriarcado de Moscou, sinceramente religiosos mas politicamente dependentes do Kremlin, haviam se dedicado, desde a eleição de João XXIII, a insultá-lo. Eles advertiam os demais patriarcas separados de Roma para não caírem no “canto de sereia” do Vaticano.  Por isso, causou surpresa quando, às vésperas do Concílio, altos representantes do Patriarcado de Moscou anunciaram a participação no evento.

Moscou havia feito um pacto com emissários do Vaticano.

O pacto – firmado em agosto de 1962, na cidade francesa de Metz, entre um representante da Santa Sé e um enviado do Patriarca Ortodoxo de Moscou – estabelecia que o Patriarcado participaria do Concílio enviando observadores e que a Santa Sé não formularia nenhuma condenação formal contra o comunismo. O acordo foi assinado pelo cardeal francês Tisserant, encarregado do Papa João XXIII, e pelo metropolita russo Nikodim.

Após a veemente condenação de Pio XII, que atribuíra o comunismo soviético à obra do demônio, o silêncio equivalia a uma tolerância. Nas atas do Concílio, aparecem as palavras capitalismo, totalitarismo, colonialismo mas não há nenhuma referência ao comunismo.

O pacto de Metz foi de suma importância para a estratégia soviética de ataque às Américas, feito a partir de Cuba, já então nas mãos de Fidel Castro. Hoje, sofremos na pele as consequências políticas e religiosas deste acordo. Foi uma grande vitória de Khrushchev sobre o ingênuo e bem-intencionado João XXIII, que, neste episódio, atuou com enorme cegueira histórica e estratégica. O papado de Paulo VI, iniciado ainda durante o Concílio, foi constrangido e marcado por esta nefasta aliança.

O pacto de Metz é uma das páginas mais negras da história da Igreja. Não ocorreu por acaso; Maria avisou em Fátima: “Cuidado com a Rússia”. Quem quiser estudá-lo não deve deixar de ler o livro Las Puertas del Infierno, de Ricardo de la Cierva.

Este triste acontecimento não pode ser esquecido pois os filhotes de Metz ainda estão por aí, barbarizando, e é nossa obrigação combatê-los. Além disso, como dizia o ensaísta americano George Santayana, quem não consegue se lembrar do passado está condenado a repetí-lo.