Sete Alegrias

"Alegra-Te, Cheia de Graça…"

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Evasão Escolar

A Igreja Católica hoje comemora a festa de Dom Bosco, educador. O seu sistema de ensino, como todos os sistemas pedagógicos cristãos, baseia-se na frase de Cristo “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. É duro dizer isto, mas, na educação brasileira, há muito pouca gente querendo conhecer a verdade.

Um estudo do BID aponta o desinteresse dos jovens como a causa da alta evasão escolar brasileira. Segundo o banco, isto sugere “uma possível deficiência na qualidade da educação e na grade curricular para os jovens”. O fenômeno não pode ser analisado isoladamente, já que faz de toda uma mentalidade do povo brasileiro.

O sistema escolar brasileiro está, há décadas, infestado pelo marxismo (ou comunismo, socialismo, fascismo, escolha o nome da sua preferência, é tudo essencialmente igual). O problema é que, para Marx, não existe este negócio de “verdade”. O fundamento do marxismo é a negação da existência do absoluto. Desta forma, o ensino marxista não busca a realidade, a verdade das coisas; busca o aparelhamento ideológico.

Por outro lado, Nosso Senhor Jesus Cristo disse “Seja o seu sim, sim; não, não”. Marxismo e cristianismo opõem-se; um nega a verdade, o outro a busca. Os jovens brasileiros percebem, então, que irão à escola não para ouvir verdades, mas mentiras. Irão a um tipo de aula-trote. Por isso, fogem da sala de aula como o diabo da cruz.

Ao analisar a sociedade brasileira, é fácil perceber que o brasileiro típico, hoje, busca vencer na vida a qualquer custo, ganhar dinheiro. O resto não interessa. Educação, conhecimento, verdade, tudo isso não passa de instrumento para se dar bem. Quem vê a possibilidade de pegar o canudo para subir na vida, persiste; quem não vê, desiste. Mas todos seguem a “lei de Gérson”, o culto à esperteza. Olavo de Carvalho define inteligência como a capacidade de apreender a verdade. A esperteza, digo eu, pode ser definida como a capacidade de deixar os outros para trás, passar-lhes a perna. Aquela é dom divino; esta, influência maligna. Uma busca o bem comum acima de tudo, acima até do interesse pessoal; a outra, busca o interesse pessoal acima de tudo – é a lei do cão, o vale-tudo, a lei da selva. A rasteira e a facada nas costas se tornaram o pão nosso de cada dia.

O ponto de inflexão no comportamento do brasileiro ocorreu na década de 1960, época repleta de barbaridades. O concílio Vaticano II foi pautado pelo maldito pacto de Metz. A terceira parte do segredo de Fátima devia ter sido revelada por volta de 1960, a pedido da Virgem. Não foi. Maria, em 13 de julho de 1917 havia comprado a briga com o comunismo (“A Rússia irá espalhar os seus erros pelo mundo”); ela previra o infame acordo entre bispos católicos e o Kremlin. Antevira também o nascimento da Teologia da Libertação, concebida por Khrushchev em 1959. No Brasil, o golpe militar tirou momentaneamente os comunistas de cena, para, no passo imediatamente posterior, entregar-lhes as universidades e a mídia de massa. Em 1968, Marcuse insuflava a juventude em Paris. Mas, acima de todas estas porcarias, chegava às mãos das mulheres a pílula anticoncepcional. Com este novo fruto da árvore da ciência do bem e do mal, o demônio seduziu a Eva moderna. Se é para escolher um marco, um símbolo, um acontecimento do nosso tempo de dificuldades, eu elejo a pílula. Ela atingiu a mais forte das paixões humanas, a paixão sexual.

Face a ataques tão violentos, a civilização ocidental bambeou. O nosso país sofreu mais do que os outros, por diversos motivos. A frase evangélica “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” define exatamente o oposto do que quer o brasileiro típico de hoje. Não quer saber nem da verdade nem da liberdade dela advinda; muito menos, quer saber do Autor da frase.

Se o BID está realmente interessado na educação brasileira, de nada adianta alocar recursos em melhorias salariais, prédios ou instrumentos pedagógicos. É uma estratégia contraproducente. O correto é prestigiar quem está realmente interessado em ensinar a juventude e tem capacidade para fazê-lo.

Olavo de Carvalho, por exemplo.

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O demônio-da-guarda do Brasil

Assim como cada um de nós tem um anjo-da-guarda, as nações têm o seu. Nas aparições de Fátima, o anjo disse às crianças “Eu sou o anjo de Portugal”. Assim como há anjos-da-guarda, há os demônios tentadores, vou chamá-los de demônios-da-guarda.

No gabinete do centro, satanás despacha. Rubro de raiva, manda chamar o demônio-da-guarda do Brasil.

– Quantas vezes tenho que explicar? Naquele país, a sua principal arma não é o ataque frontal. Nada disso! Lembre-se do lema escolhido para eles, a frase de Caifás “é conveniente que um homem morra pelo povo” – ah! a conveniência, o bom-mocismo brasileiro, o estar bem com os outros, a preocupação com a aparência… Holanda bem o retratou no homem cordial. Só de pensar, tenho delírios!

Embasbacado, o demônio-da-guarda do Brasil aguarda quieto.

– Outra coisa: nada de dispersão, você está perdendo tempo chutando cachorro morto, quantas vezes já disse para se concentrar nos poucos cristãos remanescentes? Os outros não interessam, não podem fazer nada, não perca tempo com eles. Resumo da lição de hoje: centre fogo nos poucos cristãos que ainda restam soprando-lhes no ouvido que devem fugir da luta frontal, não devem dizer a verdade nua e crua, devem ter dedos e mãos para falar com os adversários daquele-que-morreu-na-cruz, quantos mais respeitos humanos melhor, inspire-os a fazer amizade com bandido com a vã esperança de que assim consigam fazer alguma coisa pelo bem, que pensem “um pouquinho é melhor que nada”, ah! como tem trouxa no mundo, a cada minuto nasce um otário mas no Brasil acho que nasce mais… Hahahaha…

Enquanto deixava o gabinete de satanás, o demônio-da-gurda do Brasil ainda conseguiu ouvir o chefe dizendo:

– Ah! a conveniência brasileira, como adoro o seu bom-mocismo, a auto-enganação, a amizade com os poderosos… ah!

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Nossa Senhora das Graças

No dia 27 de novembro de 1830, Maria fez nova visita à noviça Catarina Labouré na Capela da Rue du Bac, Paris.

Nos dedos das mãos espalmadas, trazia jóias que emitiam raios de luz representanto as graças derramadas sobre a humanidade; aos pés, o globo terrestre, e, ao redor da cabeça, uma coroa de doze estrelas – um grande sinal surgiu no céu, uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas (Ap 12,1) – e uma oração:

– Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.

Embaixo, dois corações: o de Jesus, envolvido por uma coroa de espinhos, e o de Maria, transpassado por uma espada.

Esta aparição deu origem à famosa Medalha Milagrosa, fabricada por ordem expressa de Nossa Senhora a Catarina.

A noviça perguntou por que havia alguns anéis apagados e Maria respondeu:

– São graças que ninguém pede.

Assim somos nós: pedimos dinheiro, saúde, boa vida, mas não pedimos para Deus nos dar a graça da caridade ou da fé ou da santidade.

Ao lado de Lourdes (1858) e Fátima (1917), esta é uma das grandes visitas que a Nossa Mãe nos fez para trazer carinho, consolação e sabedoria ao nosso mundo tão necessitado. Hoje é dia de festa e de meditação, dia de alegria e dia de pensar nos altos ensinamentos que a Mãe de Deus veio trazer. Se você quer ter um entendimento pleno da realidade das coisas, precisa estudar os acontecimentos e os milagres destas três grandes aparições.

Porque só Nossa Senhora é quem sabe de tudo.

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Uma Vida a Cada Dez Minutos

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou que no ano passado houve 50.108 assassinatos no Brasil, ou seja, um assassinato a cada 10 minutos e meio – sem contar as vítimas dos crimes sem solução, que não são considerados homicídios (?!).

Vou repetir: a cada 10 minutos e meio um brasileiro é assassinado!

Como é que chegamos a este ponto?

É muito fácil: vire as costas para Deus, prefira o vício à virtude, dê ouvidos ao canto de ódio da sereia comunista, admire a “Constituição-Cidadã” do Estado-Papai-Noel (que dá tudo a todos, com o nosso dinheiro), o Estado-Pai-dos-Pobres (e Mãe dos Ricos), dê o seu voto a abortista, se intoxique com bastante novela, valorize o título universitário no lugar do verdadeiro conhecimento, isso  mesmo, viva no mundo das aparências, erga bem alto o muro do seu condomínio, coloque vidro escuro no carro (blindagem de pobre), vá se afastando das pessoas, use a técnica do avestruz, enterre a cabeça na areia, faça de conta que não está vendo, fique no seu mundinho cor-de-rosa, cada um pra si e Deus pra todos, o importante é ganhar dinheiro, ah! as boas amizades…

E assim, graças ao ódio do brasileiro ao conhecimento e à sua esperteza de matuto – a esperteza demoníaca, simulacro da verdadeira inteligência, dom de Deus – o Brasil vai aderindo à agenda esquerdista, engolindo o que a mídia de massa, o sistema educacional e a indústria cultural vai enfiando na nossa garganta: divórcio, feminismo, aborto, sex lib, drogas, estatismo, ateísmo e tudo o que não presta.

(Sociedade atéia não existe. Aristóteles ensinou: todos os povos têm religião. Logo, o ser humano é um ser religioso. Olavo de Carvalho completa: uma ideologia que tente implantar o ateísmo só consegue criar um vácuo que logo será ocupado por outra religião – no nosso caso, o Islã vem aí.)

A cada 10 minutos e meio um brasileiro é assassinado… na verdade, o número é bem maior, porque o que não falta é crime sem solução. Aliás, como é que a polícia vai investigar um assassinato a cada 10 minutos? A segurança pública não é mais problema de polícia, você não percebeu ainda? É problema seu, é problema meu, é problema das pessoas de bem, está na hora de nós dois fazermos alguma coisa, o governo não vai fazer nada, porque o nosso governo é socialista, ante-câmara do comunismo, do comunismo que tem ódio a Deus; o governo faz parte do problema, não da solução. Precisamos de menos governo, não mais. Toda esta bagunça foi longamente planejada e ardentemente desejada por comunistas e socialistas, por Marx e Engels, e por Marcuse e Gramsci – que belo quarteto!

Este blog já cansou de dar a solução: você precisa estudar, precisa se informar para poder agir, leia Olavo de Carvalho, ouça o Padre Paulo Ricardo, ouça o Padre Lódi, estude o milagre de Fátima (“A Rússia vai espalhar os seus erros pelo mundo”) e, o mais importante, volte à vida de virtude – Vada a Bordo!

Mas não, o brasileiro prefere ser o avestruz, prefere não ver a realidade das coisas porque é dura demais, prefere não saber o que é o Foro de São Paulo, muito menos o que é a Sociedade Fabiana, prefere não ver a ação demoníaca no mundo, prefere fletar com a teologia da libertação (são bem criativos estes cínicos comunistas), prefere o bom-mocismo da amizade com os poderosos, prefere andar abraçado com o capeta, prefere cuidar das suas coisinhas, prefere o seu quente cantinho, prefere o seu condomíno cor-de-rosa…

… até que um traficante, um estuprador ou um assassino vem trazê-lo de volta à dura realidade da vida…

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Vada a bordo!

Na noite de 13 de janeiro de 2012, o navio Costa Concórdia bateu numa pedra e adernou. Com medo, o capitão fugiu. O comandante da Guarda Costeira gravou os telefonemas nos quais manda o covardão reassumir o posto. Em fúria, grita:

– Vada a bordo! Volte para bordo! Já há cadáveres!!

Hoje, é Cristo quem grita: volte para bordo, volte para a Barca de Pedro, retome a sua batalha espiritual, já há cadáveres – os milhares de cadáveres dos brasileiros assassinados por ano, dos abortos, dos suicidas, das vidas destruídas dos drogados…

Você não vê o tamanho do buraco? Não vê que a crise mundial coincide com a própria crise da Igreja? Não vê que vivemos a civilização do conforto (ou da indiferença – é a mesma coisa) justamente o oposto da civilização do amor querida por Bento XVI? Nâo vê que a sua inação vai prestar contas destes mortos?

A Igreja está invadida – Maria avisou em Fátima: cuidado com a Rússia – por marxistas infiltrados (os padres pedófilos, os auto-proclamados teólogos da libertação). Se um bandido invadir a sua casa, o que você faz? Deixa ele lá e vai morar na rua? A Igreja é a sua casa, invadida por ladrões, tarados, assassinos e traficantes, e é seu dever expulsá-los a pontapés.

E como é que faz? Em primeiro lugar, santidade pessoal, pois a História é feita pelos santos (Gn 16, 26), com oração e penitência, confissão e comunhão – caso contrário, é hipocrisia. Depois, estudar para conhecer a realidade das coisas e poder AGIR – isso mesmo, o importante é lutar!

Veja o exemplo do Zé. Ouvia Missa e o padre elogiou o abortista e criptocomunista Barack Hussein Obama. Zé não teve dúvidas: finda a cerimônia, foi tirar satisfações com o sacerdote de satanás na sacristia. Ante a resoluta catadura de Zé, o padre balbuciou uma desculpa e se mandou, para nunca mais ser visto por lá.

Entendeu bem? É assim que se faz: pé no traseiro destes canalhas! Chega de bom-mocismo com comunista, chega de andar abraçado com traficante, chega de diálogo com estuprador. Aliás, os comunistas riem da sua ingenuidade burguesa.

Ah! isso é exagero, estas palavras não são para mim, eu sou filho da Igreja, não roubo, não minto, não traio…

“Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda.”

Mas Cristo vocifera: hipócrita, sepulcro caiado, as prostitutas entrarão no Céu antes de você! Em fúria, grita:

– Já há cadáveres! Vada a bordo!

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Fátima, 13 de outubro de 1917

– Olhem para o sol! gritou Lúcia.

O tão esperado milagre ia começar.

***

Tudo teve início no dia 13 de maio de 1917, quando Maria apareceu a três pastorinhos – Lúcia, Francisco e Jacinta – em Fátima, Portugal. Pediu para comparecerem naquele tocal todos os dias 13, até outubro, quando diria quem era e o que queria. As notícias sobre as visões se espalharam e conforme o tempo passava a multidão presente nas aparições ia crescendo, até chegar a 70 mil pessoas naquele dia, mesmo chovendo forte durante a noite toda.

No fim da chuvosa manhã, as crianças abriram caminho entre a multidão até chegarem à Cova da Iria, local exato das aparições. Imediatamente, começaram a rezar o terço. Ao meio-dia, Lúcia pediu silêncio e avisou que Nossa Senhora se aproximava.

As crianças entraram em êxtase. Nossa Senhora finalmente se identificou:

– Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que eu sou a Senhora do Rosário, que continuem a rezar o terço todos os dias.

Instantes depois, após um breve diálogo com a Virgem, Lúcia gritou:

– Olhem para o sol!

Novas visões deslumbraram as três crianças: primeiramente, a Sagrada Família, com São José abençoando a multidão. Em seguida, Jesus Cristo, de vermelho, e Nossa Senhora das Dores, vestida de roxo, com a espada ao peito; neste instante, é Cristo quem abençoa o povo. Finalmente, aparece Nossa Senhora do Carmo, deixando cair da mão direita alguma coisa.

“E as Visões do Céu de Fátima extinguiram-se para sempre”, escreveu o Padre João M. de Marchi.

Mas, enquanto as crianças tinham estas visões, começava para o povo o tão aguardado milagre. De fato, as nuvens começavam a se afastar, e puderam ver o sol nitidamente, sem ferir os olhos. Imediatamente, o sol começou a girar em torno do seu eixo e em seguida desceu em alta velocidade sobre as pessoas presentes. Desferia raios multicoloridos, e as pessoas viam os objetos com cores e reflexos inusitados. A dança do sol durou cerca de 10 minutos, ao fim dos quais as roupas estavam secas e a lama do chão secara. Entretanto, ninguém sofreu queimadura alguma.

Foi o maior milagre de todos os tempos, testemunhado pela multidão presente na Cova da Iria e por muitos outros distantes dali, crentes e céticos, devotos e ateus, clérigos e curiosos. Um milagre cuidadosamente preparado e anunciado com muitos meses de antecedência. Qual o objetivo de todo este estardalhaço?

Dar um só aviso:

“… virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração… Se atenderem ao meu pedido, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo…”

Quais são os erros que a Rússia espalhou?

O terrorismo islâmico, inventado pela KGB para atacar os EUA e Israel, cujo ato mais emblemático foi o 11 de setembro.

O marxismo cultural, filho da Escola de Frankfurt, concebida por Stalin, responsável pelo abortismo, feminismo, sex lib e muitas outras barbaridades perpretadas por Marcuse e seus colegas.

A Teologia da Libertação, invenção de Khrushchev, cujos efeitos nós, brasileiros, estamos sofrendo na pele – a ocupação da Igreja por ateus.

A disseminação das drogas, com a dupla finalidade de fazer dinheiro e destruir as nações.

O nazismo, filho bastardo de Stalin, primo-irmão do comunismo, ambos propelidos pela mentalidade revolucionária, a mesma ideologia de ódio de fascistas e socialistas.

O genocídio de dezenas de milhões de pessoas, vítimas de ditaduras comunistas, contando por baixo.

Os padres pedófilos – invenção de Stalin – introduzidos (já na década de 1930) na Igreja mediante o aparelhamento dos psicólogos que selecionavam os candidatos para o sacerdócio: eliminavam as verdadeiras vocações e admitiam os homossexuais.

As consequências dos erros da Rússia são sentidas por nós a todo instante: insegurança, degradação da mulher, dissolução das famílias, o crime como norma, esquecimento de Deus, aumento brutal do poder do Estado, o fantasma das drogas… E o milagre do sol, como tantos outros, é escondido sob um véu de silêncio por aqueles que seguem a infame frase de Marx “A religião é o ópio do povo”.

Quase cem anos depois da dança do sol, a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria ainda não foi feita. É nosso dever orar para que a Santo Padre a faça o quanto antes.

“Continuem a rezar o terço em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.”  – Palavras da Virgem Santíssima em Fátima, no dia 13 de julho de 1917.

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Outubro Vermelho, Outubro Azul

No dia 13 de outubro de 1917, em Fátima, Maria realizou o maior milagre de todos os tempos: a dança do sol, testemunhada por 70 mil pessoas, fantástico fenômeno astronômico com cerca de dez minutos de duração. O principal objetivo das aparições da Virgem foi avisar sobre o perigo russo.

“… virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração… Se atenderem ao meu pedido, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições: os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas…”

No mesmo mês, na Rússia, os revolucionários lançavam o ataque final contra a monarquia.

Nossa Senhora construiu um outubro azul, cor do céu de Fátima, cor do seu manto.

Lênin e os seus sequazes produziram um outubro vermelho, cor de sangue, sangue que corre até hoje.

No mês de aniversário do milagre de Fátima, é oportuno recordar os ensinamentos de Jean Daujat no clássico livro Que é o Comunismo.

O Comunismo segue uma filosofia (o Marxismo) que tem uma concepção totalitária do homem e do seu destino; é um guia de vida e de ação para a humanidade; é decorrente dos (difíceis e pouco lidos) escritos de Marx, Engels e Lênin, e deve ser analisado como sistema filosófico, e não como sistema político, econômico, social, intelectual ou religioso. É o fruto acabado do pensamento moderno – ou seja, é a oposição radical ao pensamento cristão tradicional. A Encíclica “Divini Redemptoris”, do Papa Pio XI, declarou o Comunismo “intrinsecamente perverso”.

A primeira convicção fundamental do pensamento tradicional é que a afirmação humana tem um sentido; sim e não (“sim, sim; não, não” – Mt, 5, 37) são palavras com um sentido, e não podem ser trocadas uma pela outra. Há uma verdade e um erro que não se confundem. A primeira das convicções fundamentais do pensamento comum será, então, a dependência da nossa inteligência perante a verdade ou a realidade a conhecer. A segunda é que existe bem e mal, e que é necessário procurar o bem e amá-lo. Mais uma vez, da convicção fundamental do pensamento comum surge uma afirmação de dependência: a dependência da nossa vontade em relação ao bem amado e desejado. A submissão ao objeto é a lei espontânea da consciência humana que o pensamento moderno se esforça por destruir e o Marxismo tenta derrubar totalmente. O fundamento do pensamento cristão é a afirmação da dependência radical do homem perante Deus.

Esta é a idéia a que se opôs gradualmente o pensamento moderno até chegar o Marxismo com a sua negação radical.

O pensamento moderno é dominado pelo Idealismo (Descartes, Kant, Fichte e Hegel), que supõe o espírito humano a viver exclusivamente das suas lucubrações, indiferente à realidade tal qual é. Na raiz de todo o pensamento moderno há um alarde de orgulho, uma recusa à submissão ao objeto. E a negação dum objeto de que dependa conduz fatalmente à ação pura (Pragmatismo): se não há verdade a contemplar, mas apenas construções do espírito, só resta atuar. No Idealismo absoluto (Hegel) não há realidades – a Idéia é tudo. A dialética hegeliana, com suas três fases: tese (aparecimento da ideia), antítese (a contradição) e síntese (ponto de partida duma evolução nova), prega que a idéia está em constante ação revolucionária (nega, contradiz, muda, torna a História perene revolução). Não há verdade estável hoje, ontem ou amanhã; há apenas a ação, que faz a História. Hegel é o fulcro de todos os totalitarismos.

A filosofia marxista, entretanto, se opõe ao Idealismo; as idéias simples são produto da evolução das forças materiais no cérebro humano, de modo que são as forças materiais o verdadeiro agente criador da História. A idéia – que foi tudo para Hegel – nada vale para Marx se não resultar dum cérebro condicionado pelas forças materiais: é o materialismo integral (materialismo histórico e dialético, onde ainda vale tese, síntese e antítese).

Para Marx, nenhuma verdade merece um sim ou um não que dê sentido à afirmação feita: afirmar ou negar integram-se na própria contradição. Sem verdade estável, a evolução justificará amanhã a negação do que hoje ficou dito. O princípio fundamental do Marxismo é a negação de que o absoluto exista. O homem, para Marx, não é mais do que a ação material que exerce. Logo, o homem existirá tanto mais e será tanto mais homem quanto mais poderosa ação exercer. Veja-se como o Marxismo se opõe neste ponto ao Cristianismo: este considera o homem criado por Deus e dotado por Deus duma natureza estável que lhe permite ser e conservar-se homem; o Marxismo supõe o homem criado por si mesmo, gerador da própria existência e em permanente modificação. Não há forma de negar mais completamente Deus do que esta negação de toda a existência que de Deus possa advir, para reconhecer unicamente uma ação transformadora. Para Marx, conhecer nada é, atuar é tudo: não existe um bem a amar, só existe uma ação (revolucionária) a prosseguir. O Marxismo é recusa definitiva de todo o amor como de toda a verdade.

No exercício da Ação Marxista, o Estado Comunista pode aceitar o que rejeitou antes, se for conveniente. Daí advém uma série de posições contraditórias determinadas pelas exigências imperativas da ação e que surpreenderão apenas os que desconheçam a dialética e a lógica interna do Marxismo. Propriedade, pátria, família e religião são manipulados conforme convier. A essência permanece na ação revolucionária destruidora, incluindo a luta de classes. (A quem acredita que o Comunismo acabou com a queda do Muro de Berlim, é oportuno lembrar a pergunta do Padre Paulo Ricardo “Se o Comunismo acabou, por que o Papa está pregando contra?”)

O autor encerra o livro propondo uma escolha: Comunismo ou Cristianismo. Das duas, uma: “orgulhosa embriaguez da ação revolucionária a dominar o mundo ou dádiva de cada um à cidade de Deus”. Não há possibilidade de convivência entre os dois pensamentos.

Santo Agostinho diria: dois amores criaram dois outubros. O amor a si, até o desprezo de Deus, criou o outubro vermelho. O amor a Deus, até o desprezo de si, criou o outubro azul.

– Eis aqui a Escrava do Senhor…

Clamo a ti: Rosa, Rosa!

Na festa de Nossa Senhora do Rosário, vale a pena recitar os versos compostos pelo beato Herrmann-José, místico dos séculos XII e XII:

Alegra-te, minha bela,

Clamo a ti: Rosa, Rosa!

Linda, especiosa, formosa,

Mais rica de amor que as outras,

Ninguém a iguala entre as outras.

Lúcia, a vidente de Fátima, indagada o motivo pelo qual Maria mandava rezar o Rosário, deu uma resposta tipicamente portuguesa:

– Não sei, pois ela não me disse… nem me ocorreu lhe perguntar.

E acrescentou:

– Talvez pela facilidade de se rezar o Rosário em qualquer lugar, qualquer horário, qualquer circunstância, por qualquer pessoa.

Como quer que seja, em todas as aparições recentes, a Mãe de Deus pede para rezarmos esta repetitiva oração – talvez porque a repetição leve à maestria.

Em 13 de julho de 1917, na aparição em que mais falou com as crianças, a Virgem disse:

“Continuem a rezar o terço em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.”

***

Anjo da Guarda

Hoje é dia do Anjo da Guarda. Os anjos são criaturas espirituais, sem corpo material, dotadas de inteligência e poder extraordinários.

A inteligência deles é diferente da nossa, que emprega o raciocínio para apreender a realidade das coisas, a duras penas. Os anjos captam a realidade imediatamente, sem esforço. Conhecem todos os confins do universo e todas as leis da natureza. Por isso, podem prever o futuro contingente, isto é, o futuro que necessariamente tem que acontecer. Por exemplo, se eu jogar uma pedra para o alto, ela, necessariamente, pelas leis da física, vai cair. Pelo conhecimento que os anjos têm, podem prever muitos eventos como furacões, maremotos etc. Evidentemente, não são infalíveis porque Deus pode mudar o rumo dos acontecimentos. O que os eles não podem prever é o futuro que depende da vontade humana.

Estas poderosas criaturas, os nossos Anjos da Guarda, estão ao nosso lado para nos proteger.

Também as nações têm os seus Anjos da Guarda:

– “Eu sou o Anjo de Portugal” disse o anjo a Lúcia, tempos antes da primeira aparição da Virgem em Fátima.

Vamos aproveitar a festa de hoje e pedir ao Anjo da Guarda do Brasil para nos ajudar. – bem que estamos precisando!

Santo Anjo do senhor, meu zeloso guardador,

se a ti me confiou a piedade divina,

sempre me rege, guarda, governa, ilumina.

Amém.

***

Fátima, 13 de Setembro de 1917

No dia 13 de maio de 1917, Nossa Senhora apareceu a três pastorinhos – Lúcia, Francisco e Jacinta – em Fátima, Portugal. Pediu para que comparecessem naquele local todos os dias 13 dos meses seguintes, até outubro, quando diria quem era e o que queria.

Aos poucos, a notícia foi se espalhando e o número de pessoas presentes nas aparições foi crescendo. No dia 13 de setembro dezenas de milhares de pessoas se aglomeravam na Cova da Iria, local das visões. Quando saíram de suas casas, repletas de gente, naquela manhã, as três crianças iam cercadas de crentes e não crentes, curiosos e devotos, muitos dos quais pediam às crianças a intercessão da Virgem: a cura de doentes, o arrependimento de pecadores, o retorno dos filhos e maridos enviados à guerra; muitos se ajoelhavam, gritavam de longe, imploravam.

Lúcia, muito tempo depois, disse: “Quando agora leio no Novo Testamento essas cenas tão encantadoras da passagem de Nosso Senhor pela Palestina, recordo estas que tão criança ainda Nosso Senhor me fez presenciar nesses pobres caminhos e estradas de Aljustrel a Fátima e à Cova da Iria e dou graças a Deus oferecendo-Lhe a fé do nosso bom povo português e penso se esta gente se abate assim diante de três pobres crianças só porque a elas é concedida misericordiosamente a graça de falar com a Mãe de Deus, que não faria se visse diante de si o próprio Jesus Cristo?”*

Ao chegar ao destino, Lúcia rezou o terço, acompanhada pela multidão. Ao meio-dia, muitos viram um globo de luz se aproximando. Como das outras vezes, a temperatura amainou e a luz do sol diminuiu sensivelmente. Lúcia logo perguntou a Maria o que ela desejava. Nossa Senhora respondeu:

– Continuem a rezar o terço a Nossa Senhora do Rosário, todos os dias, para alcançarem o fim da guerra.

E insistiu para não faltarem ao encontro do mês seguinte. Ante o pedido de Lúcia para curar os doentes, disse:

– Alguns curarei, outros não, porque Nosso Senhor não se fia neles.

Ou seja, o milagre não aconteceria por falta de disposições suficientes. A outros, entretanto, a doença faria mais bem do que a cura, pois Deus tem sempre a visão da eternidade, e dispõe todas as coisas para o benefício eterno das almas.

Lúcia pediu um milagre, para todos acreditarem nela.

– Sim, em outubro farei um milagre para que todos acreditem.

– Umas pessoas deram-me duas cartas para a Senhora e um frasco de água de colônia.

– Isso de nada serve para o Céu!

Em seguida, despediu-se e começou a se elevar. Lúcia gritou:

– Se querem vê-la, olhem para ali!

Muitos puderam rever o fenômeno antes notado. Finda a aparição, as crianças foram sufocadas de perguntas.

“Foi com dificuldade que os pais conseguiram reconduzi-las às suas casas, que encontraram de novo literalmente cheias de gente. E as perguntas não deixaram de chover até que a noite veio cobrir com o seu manto de silêncio e de paz o rústico lugarejo de Aljustrel.”*

* Era Uma Senhora Mais Brilhante Que O Sol – Padre João M. de Marchi